segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Turbinas hidrocinéticas como meio de gerar energia alternativa

Energia Alternativa - Turbinas Hidrocinéticas


O Brasil é dotado de uma vasta e densa rede hidrográfica, com grande potencial hidroelétrico, sendo a região amazônica a que possui a maior bacia hidrográfica do planeta, no entanto, os rios são de planície não sendo muito atraente a construção de grandes hidrelétricas. Em vista ao contesto da região com grande quantidade de comunidades isoladas (a maior dispersão populacional do Brasil), e a grandes adversidades naturais no qual não permite o atendimento por completo de linhas elétricas, a adoção de sistemas isolados é a realidade atualmente.

A grande maioria dos sistemas isolados da região é atendida por termoelétricas. As Usinas são dotadas de grupos motores-geradores que queimam Diesel, esse combustível é subsidiado por todos os consumidores do país.

Com uma região tão vasta e tão rica em recursos continua utilizando combustível fóssil para a geração de energia? Muitos estudiosos pesquisam alternativas para responder essa questão e contorná-la, uma das alternativas em estudo será descrito nesse trabalho: a utilização da energia hidrocinética dos rios.

As primeiras pesquisas datam da década de 80, o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA), desenvolveu um aparelho rudimentar utilizando um rotor submerso, seguindo os princípios do cata-vento, conseguiu-se por meio de transmissão de uma corrente acionar uma unidade eletro-gerador, conseguindo 1 kW em 110 V e 60 Hz, instalada em uma unidade flutuadora no rio Solimões. O projeto no entanto ficou parado, mas o INPA não desistiu da ideia e realizou pesquisa em vários rios da Amazônia em busca das melhores condições de instalação do equipamento, verificou-se que o rio Amazonas e Solimões apresenta correnteza e profundidade bem adequada em toda sua extensão porém isso ocorre longe da margem, outro problema é a grande quantidade de detritos, sendo muito problemático sua manutenção.


Desenho ilustrativo do cata-água do Inpa.

Nos rios de águas escuras verificou-se pouco potencial, na maioria de suas extensões a correnteza é pequena. Mais foi em um rio de água escura, o rio Uatumã, que o INPA, testou vários modelos hidrocinéticos, chegando ao cata-água que produziu 177 W em uma correnteza de 1,07 m/s, para  uma turbina com diâmetro de 1,5 m. Esses experimentos do INPA contribuíram para que uma equipe ligada a Universidade de Brasília desenvolvesse uma turbina de maior porte, a primeira turbina desenvolvida pela Universidade em 1995, foi instalada em Correntina, Bahia, produzindo 0,8 kW, em 220 V.

Turbina de Primeira Geração.

A segunda turbina hidrocinética como meio de gerar energia alternativa ou comumente chamada de turbina de segunda geração foi instalada num assentamento extrativista em Maracá, no Amapá, com capacidade de geração de 1,5 kW, sendo o custo um dos maiores empecilhos.

Turbina de terceira geração.

Novos projetos estão sendo desenvolvidos para solucionar os problemas encontrados, a UnB surge então com a turbina de terceira geração, mais compacta, o intuito é colocá-la como produto tecnológico no mercado.


Turbina Terceira Geração.

Pesquisas realizadas nos Estados Unidos apontam para a utilização de turbinas tipo helicoidal, com maiores rendimentos e menores vibração, seu rendimento pode ser de até 35%, é fabricada em alumínio e revestida com uma camada de material anti-aderente, capaz de gerar até 5 kW.

Turbina Helicoidal (Gorlov).

Fato é que com a universalização da energia elétrica não consegui atingir todo mundo, principalmente comunidades isoladas, em especial na Amazônia, e a utilização dessa tecnologia como meio de gerar energia alternativa vem ao encontro social de levar a aquelas pessoas desassistida por eletrificação convencional, uma alternativa de ter a energia necessária ao seu bem estar.


Neto, Augusto J. Leda, Turbinas Hidrocinéticas.
augusto.leda@gmail.com




Referências Bibliografias.
Harwood, Henrique Jonh H., Macedo, Humberto. Geradores Hidrocinéticos de Pequeno Porte (Cata-Água): Testes de Desempenho na Amazônia Central. T&C Amazônia, Ano III, n 6, 2005.
Brasil Junior, Antonio C.P., Ferreira, Wandyr O. . Desenvolvimento tecnológico da turbina hidrocinética G3. SP. Inovatec 2007.


Energia Eólica