Objetivo da Manutenção
A organização possui um
objetivo estratégico e a manutenção deve estar alinhada com ele para acompanhar
as metas de produção, delimitadas por seus objetivos específicos.
Para Fabro (2003, p.46),
“o objetivo de manutenção em geral, visa à melhoria da disponibilidade
operacional, a redução de custos, aumento da segurança, entre outros”. Por
isso, entende-se que o objetivo da manutenção é a otimização da disponibilidade
dos equipamentos para produção. Outros fatores como custos, segurança,
produtividade e qualidade são consequências de uma gestão eficaz, em
concordância com os objetivos organizacionais.
A implementação das
práticas de manutenção, a adoção de novas técnicas, requerem o comprometimento
de todos. É fundamental desenvolver no colaborador a necessidade de crescimento
profissional, integrá-lo ao sistema. Funcionários com muitos anos em uma
empresa não reagem muito bem a mudanças, para isso tem que haver abertura de sua
visão diante de novos desafios. Políticas de treinamento, melhores salários e
planos de carreira, além de serviços médicos com qualidade e outros benefícios podem
estimular o colaborador a compromete-se com a empresa, exercendo de maneira
satisfatória o seu trabalho.
Há no entanto empresas que não adotam
políticas de treinamento e valorização dos funcionários, o moral da equipe fica
comprometida, assim como a execução dos serviços.
Os resultados positivos
da manutenção são oriundos do envolvimento e engajamento de todos os colaboradores
da organização. Conforme Xavier (1999), qualquer medida que implique em mudança
rumo à melhoria deve ter ponto de partida na gerência. O autor destaca ainda
que, com o envolvimento da gerência e participação de todos, pode haver
melhorias significativas e obtenção de lucros com os resultados.
O planejamento deve rever
a prática de manutenção utilizada, implantar uma nova cultura, romper com
velhos paradigmas, rever o treinamento dos envolvidos, adotar novas práticas,
deixando de lado os maus modos que comprometem o ambiente e o clima
organizacional, criando novos procedimentos, nova dinâmica ao processo,
adotando novas tecnologias, podendo assim atingir os objetivos e metas
estabelecidas.
Para Goldratt (2003) o fator que restringe o fluxo de
produção para atingimento da meta representa o gargalo, este deve ter toda a
atenção com vistas a manter-se sempre ocupado e em condições operacionais.
Nesse sentido, Fabro (2003) expõe o planejamento da manutenção orientada em
função da criticidade dos processos, visando direcionar os esforços para os
equipamentos que representam o gargalo da produção, de maneira a economizar
esforços.
As informações necessárias ao planejamento devem ser
obtidas nos manuais das máquinas, em relatórios técnicos e na engenharia de
manutenção, que podem direcionar para o verdadeiro estado do equipamento. Os
procedimentos devem estar atualizados, privilegiando uma manutenção preditiva e
detectiva.
Sobre a engenharia de manutenção, Simione & Nagao apud Fabro (2003, p.27), dizem que “cabe
a ela gerir as ferramentas técnicas dos sistemas e processos, equipamentos e
pessoal de manutenção”.
Fabro (2003) ressalta ainda que os melhores resultados são
alcançados com a combinação dos tipos de manutenção, corretiva, preventiva ou
preditiva, com os tipos de processos produtivos, e os tipos de complexidade do
equipamento, sendo que as orientações técnicas devem estar a cargo da
Engenharia de manutenção, que determinará os procedimentos o tempo de
intervenção, o melhor momento de parar, seja na troca de turno, em um intervalo
para almoço ou um fim de semana, além dos recursos a serem disponibilizados, a
quantidade de técnicos necessários,
estando tudo estabelecido no planejamento de manutenção.
Pode-se agora abordar a ideia
de trabalhar manutenção como planejamento específico, utilizando-se de
ferramentas que possibilitem o total controle operacional do equipamento, com
isso estabelecer a confiabilidade para garantir o domínio do processo, podendo
agora determinar: as condições de uso, o tempo de parada, a peça a ser trocada
e o custo que ela vai gerar para o sistema. O controle desses entraves irá levar
a um patamar mais alto de uma manutenção produtiva total.
A manutenção deve seguir
um crescimento, adquirir maturidade administrativa e técnica, saindo dos
estágios de inércia, passando de reativa
para proativa com caráter preventivo,
preditivo e detectivo. A manutenção pode ser tratada estrategicamente, atuando intensamente no planejamento,
monitoramento, controle e avaliação dos sistemas.
Para Xavier (1998), a
manutenção passa pelos seguintes estágios: manutenção reativa, controladora,
inovadora e de classe mundial.
Manutenção Reativa-
adotada por organizações que esperam pela falha dos equipamentos para intervir,
trata-se da adoção da prática corretiva, não planejada. Nesse tipo de
manutenção os equipamentos que ditam a execução dos serviços.
Manutenção Controladora-
Nessa fase a prática busca o domínio da situação, controlando, e introduzindo
melhorias necessárias.
Manutenção Inovadora-
Após obter o controle da manutenção através de análises, pode-se prever o
próximo passo a ser tomado, podendo portanto, inovar, com melhorias dos
processos e equipamentos.
Manutenção de classe
Mundial- Trata-se da manutenção que não se preocupa apenas em manter o patamar
atingido de qualidade e operacionalidade dos equipamentos, mas romper, ultrapassando esse patamar,
colocando-se na frente, entre as melhores do mundo, buscando ultrapassar o
benchmark.
Figura 1. Evolução da manutenção. Fonte: adaptado de Xavier (1998) |
Para chegar em uma
manutenção de classe mundial o gestor deve instituir políticas que gerem
resultados.
A RCM (Realiability
Centered Maintenance), Manutenção Baseada na Confiabilidade, é uma metodologia
de trabalho que procura otimizar o desempenho do equipamento buscando as
respostas (o que, em que condições e em que tempo ocorrem as falhas) e trabalhar o questionamento propondo ações
para gerar maior disponibilidade do equipamento.
A disponibilidade é uma
composição de dois atributos: Confiabilidade e Mantenabilidade. Segundo
Almeida, Ferreira & Cavalcante (2001, p.36).
O novo enfoque de manutenção a coloca como uma função
estratégica dentro das organizações. Deve-se ter a manutenção traçada de
maneira a atender eficazmente o sistema de produção. Xavier (1998), questiona:
O que a Manutenção pode oferecer para que a minha empresa consiga atender o
mercado de forma mais competitiva? De imediato, para ele, as respostas vêm à cabeça:
Disponibilidade, Confiabilidade, Custos, Qualidade, Tempo de Entrega, Segurança
e Moral.
Essas respostas são indicadores que orientam para
maximização do sistema, pode-se fazer uma analogia com a palavra Total,
utilizada na metodologia TPM (Manutenção Produtiva Total), referindo-se a
rentabilidade, a prevenção total e a participação geral.
Uma das metas da TPM é aumentar a eficiência do
equipamento, alcançada através de atividade quantitativa, aumentando a
disponibilidade e melhorando a produtividade, e qualitativas, através da
redução do número de defeitos, FABRO (2003).
Manutenção Produtiva Total
Ferramentas para Gestão da Manutenção
Manutenção Produtiva Total
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